Genial, magistral, nacional e instrumental

  • 08/07/2025

Genial, magistral, nacional e instrumental

Não há canção sem instrumental, sem a base que orienta, inspira e sustenta o canto.

Mas o instrumental não depende do canto, ele já nasceu livre, é música pura que não precisa de discurso, pois sabe andar sozinho.

Sem barreiras de comunicação, é emoção em seu estado bruto, numa linguagem universal. 

O nosso país tem uma história instrumental extraordinária. Começou nas origens do Choro, no encontro com os rítmos africanos, ainda no final dos anos 1800 e foi evoluindo, passando por Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Jacob do Bandolin, Radamés Gnattali, Garoto, Baden Powell, Raphael Rabello, Tom Jobim,... até, gradualmente ser reconhecido internacionalmente, através da presença do Egberto Gismonti, Moacir Santos, Hermeto Paschoal, Luiz Bonfá, ou mesmo, mais recentemente, por Hamilton de Holanda, Yamandu Costa, André Mehmari, entre outros.

Ele ajudou a criar a nossa imagem no exterior; é o nosso "soft power".

O instrumental não define, ele orienta. Não limita, expande. Não fecha o sentido, mas é um sentimento que transborda e sai pra fora da caixa.

É o instrumental que dá o clima, que nos embala, que faz a gente balançar a cabeça, bater o pé e procurar respirar junto.

Rádio Deleite, como é bom tocar um instrumentu!

(Ilustração:Hélio de Almeida)


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